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Arquitetos: Fernanda Marques Arquitetos Associados
- Área: 120 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Fernando Guerra | FG+SG
Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado no histórico bairro do Chiado, o apartamento da arquiteta Fernanda Marques em Lisboa é parte de um edifício que foi submetido a um audacioso processo de revitalização, conduzido, há uma década, pelo arquiteto, prêmio Pritzker 1992, Álvaro Siza. Sua construção remonta a 1500. Já sediou um monastério, mas hoje seu uso é exclusivamente residencial.
Cada unidade é diferente da outra, mas todas contam com paredes grossas, remanescentes de sua arquitetura original. "Digamos que por aqui é possível se sentir, literalmente, o peso da história”, brinca Fernanda. Assim, imprimir traços do passado e da cultura locais aos interiores do apartamento se transformou, desde o início, em uma de suas prioridades.
“Me agrada a sensação de pertinência que se desfruta aqui. Mas, nem por isso, diria que meu apartamento é menos contemporâneo que meus demais projetos", conta ela, que dirigindo sua equipe, localmente e à distância, conclui a reforma do imóvel no prazo de 4 meses. Da construção original, apenas as 'boisseries’, ou molduras de madeira, foram preservadas.
A presença portuguesa se faz sentir de imediato por meio de um painel de azulejos azuis e brancos do séc. 18, reproduzindo o batismo de Cristo, no centro do living. Mas também na cozinha, totalmente integrada ao ambiente, que teve sua parede de fundo revestida de mármore da região portuguesa do Alentejo.
Fiel à sua vocação minimalista, mobiliário e arte foram aplicados com parcimônia. Grande ênfase foi dada à manutenção de áreas vazias, aqui e ali pontuadas por peças-chaves. Sobretudo de design italiano, mas também de inspiração vintage. Como a mesa de linhas orgânicas que a arquiteta encontrou em Paris.
“Me agrada promover encontros inesperados em meus projetos”, declara ela, a quem, assumidamente, não agrada a ideia de combinar peças e estilos. "Acredito em móveis que por suas qualidades intrínsecas, tenham autonomia, identidade própria”, conclui.